Imunoterapia (dessensibilização) para Alergias Alimentares

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A dessensibilização oral para alergia alimentar, também conhecida como imunoterapia oral (OIT), é um procedimento que visa aumentar a tolerância do sistema imunológico a alimentos que anteriormente provocavam reações alérgicas. A ideia é expor gradualmente o(a) paciente a pequenas doses do alimento que causa reação, com aumentos progressivos ao longo do tempo, até que ele(a) consiga consumir uma quantidade maior do alimento sem apresentar reações graves.

A dessensibilização oral é um processo rigoroso que deve ser conduzido sob a supervisão de um médico alergologista experiente, geralmente em um ambiente clínico ou hospitalar, devido ao risco de reações alérgicas durante o processo. Aqui está o passo a passo:

Avaliação Inicial:

Antes de iniciar a dessensibilização, o paciente passa por uma avaliação completa com testes de alergia (como prick test e dosagem de IgE específica para o alimento). Isso ajuda a confirmar a alergia e a determinar a segurança da dessensibilização.

É feito um planejamento personalizado considerando o histórico de reações do paciente e a quantidade mínima de alimento que já foi tolerada.

Fase de Introdução ou "Up-dosing":

Doses Iniciais: O tratamento começa com doses extremamente baixas do alérgeno alimentar, muitas vezes em microgramas. Essa dose é administrada na clínica ou hospital para monitorar possíveis reações. Após isso, o(a) paciente deve continuar consumindo em casa até a próxima dose a ser dada na clínica.

Incrementos Gradativos: Se o paciente tolerar a primeira dose, as doses são aumentadas gradualmente, geralmente a cada uma ou duas semanas, até atingir uma dose de manutenção. Cada novo aumento de dose também é feito sob supervisão médica para garantir a segurança.

Dia “D”: é quando, após o consumo regular de uma dose segura do alimento, o(a) paciente poderá consumir o que quiser que contenha tal alérgeno na clínica, sob supervisão. Marca o início da próxima fase que é a manutenção. 

Fase de Manutenção: o(a) paciente deve consumir regularmente), a quantidade  estipulada diariamente em casa. A fase de manutenção pode durar de meses a anos, dependendo da resposta do paciente. Durante essa fase, o paciente deve seguir rigorosamente as orientações médicas, evitando mudanças na dieta ou atrasos nas doses. 

Monitoramento Contínuo: é comum que o paciente tenha acompanhamento regular com o alergologista durante todo o processo para avaliar a evolução e ajustar as doses conforme necessário. É importante que o paciente e a família sejam treinados para reconhecer e tratar possíveis reações alérgicas, incluindo a administração de epinefrina em casos de anafilaxia.

Indicações da Dessensibilização Oral

Alergia Alimentar Confirmada: Indicada principalmente para alergias alimentares persistentes, como alergia a leite, ovos, amendoim e outros frutos secos, em que a exclusão completa do alimento impacta significativamente a qualidade de vida.

Pacientes que Não Desenvolveram Tolerância Natural: Algumas crianças podem superar naturalmente alergias a alimentos, mas a OIT é considerada para aqueles que continuam alérgicos após a infância.

Melhoria da Qualidade de Vida: A dessensibilização pode ser indicada para reduzir o medo de exposição acidental ao alérgeno, proporcionando mais segurança e liberdade ao paciente e sua família.

Riscos e Benefícios da Dessensibilização Oral

Benefícios:

Pode aumentar a tolerância ao alimento alérgeno, reduzindo a gravidade das reações em caso de exposições acidentais.

Pode permitir a reintrodução parcial ou completa do alimento na dieta do paciente, melhorando a qualidade de vida.

Riscos:

Existe o risco de reações alérgicas durante o tratamento, que podem variar de leves (como coceira na boca) a graves (como anafilaxia).

A dessensibilização não é uma cura definitiva; em alguns casos, a tolerância pode ser perdida se o alimento não for consumido regularmente.

Considerações Finais

A dessensibilização oral deve ser realizada apenas sob a orientação e supervisão de um profissional de saúde qualificado, devido aos riscos envolvidos. Ela pode oferecer uma opção promissora para o controle da alergia alimentar, mas requer comprometimento e um planejamento cuidadoso para garantir a segurança do paciente.

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