Sebo Santo Antônio completa sessenta anos de incentivo à leitura
Criação de Sites em Botucatu, SP
Sebo Santo Antônio completa sessenta anos de incentivo à leitura
O trabalho familiar fez com que três gerações de livreiros dividissem um ideal, propagar a cultura e a literatura através da venda e a troca de livros novos e usados em um estabelecimento que completou sessenta anos de existência no mesmo endereço, rua Amando de Barros, 342.
Estamos falando da Livraria e Sebo Santo Antônio, que fica em uma pequena porta ao lado da Panificadora Pessin. A entrada modesta e repleta de pilhas de livros guarda histórias célebres, como a noite de autógrafo com o escritor Malba Tahan, autor do clássico “O Homem que Calculava”, em maio de 1960.
Sérgio Sasso de Oliveira, 73 anos, explica que começou no sebo aos 12 anos de idade ajudando o pai e permaneceu à frente do empreendimento boa parte de sua vida até passar a responsabilidade ao filho, Sérgio Sasso de Oliveira Júnior, 31 anos, que responde pelo estabelecimento há 12 anos.
“Quando meu pai (Vicente Ribeiro de Oliveira) abriu a loja, aqui era o prédio da Telesp, empresa em que trabalhava. Ele queria um espaço para reunir amigos com ideias semelhantes e foi assim que ele montou a livraria. A Telesp se mudou e nós ficamos. Acredito que hoje somos o estabelecimento comercial mais antigo da cidade, ocupando o mesmo ponto comercial e mantendo a mesma linha de trabalho”, explica Sasso.

Ele explica que ainda jovem conheceu o escritor Malba Tahan, em uma noite de autografo na livraria e teve ainda a oportunidade de acompanhar de perto lançamentos de Hernani Donato e Francisco Marins, os dois últimos são botucatuenses.
“O Donato estava para lançar o livro e o filme Chão Bruto, foi um evento incrível pois todos os atores visitaram a cidade e participaram do evento”, diz.
Sasso comenta que ao todo teve seis filhos e pelo menos três deles iniciaram sua vida profissional atrás do balcão da livraria. “Meus filhos se formaram através desse trabalho, achei que seria a última geração a tocar o negócio, mas o Júnior assumiu e está conseguindo conquistar seus sonhos com esse trabalho. Duas de minhas filhas chegaram a trabalhar no balcão de nosso estabelecimento mas decidiram seguir vida diferente”, explica Sasso.
Emocionados, pai e filho mostraram à reportagem da Solutudo fotos antigas do estabelecimento, lamentaram a perda de algumas imagens e revelaram que o sebo se mantém aberto por força do destino.
“Meu pai nunca me pediu para que assumisse o trabalho no sebo. Mas é algo que eu gosto desde novo. Ainda criança eu pegava gibis e vendia aos vizinho da rua onde morava, comecei uma faculdade, mas decidi trancar a matrícula para dar continuidade à história do sebo”, diz Júnior.
Agora o desafio de júnior é manter o romantismo das antigas livrarias e acompanhar a modernidade. “É interessante pois hoje mesmo recebi um pedido de livros da série vagalume, uma coleção de 30 anos, e que estão solicitando como leitura obrigatória em algumas escolas. Não acredito que a internet venha a acabar com os livros, no momento ela nos ajuda pois consigo vender raridades pelo Mercado Livre e no site Estante Virtual, o segredo é aprender a equilibrar o moderno e o antigo”, garante júnior.
Com um acervo contendo mais de 25 mil volumes em exposição o sebo também trabalha no sistema de trocas onde o livro anteriormente vendido retorna pela metade do preço.
SÉRIE SEBOS
Se você gostou dessa matéria é importante saber que ela faz parte de uma série onde tentamos mostrar um poucos dos três sebos mais conhecidos da cidade.
Despertou o interesse? Então, confira as outras postagens nos links abaixo.
• As mil e uma raridades do Sebo Avalon
• Chega de CD. A onda agora é disco de vinil