Amônia Produzida com Hidrogênio Verde Já Compete no Mercado Brasileiro
Energia Solar em Salvador, BA
Amônia Produzida com Hidrogênio Verde Já Compete no Mercado Brasileiro
Amônia Produzida com Hidrogênio Verde Já Compete no Mercado Brasileiro
Um estudo da CELA revela que insumos produzidos a partir de fontes renováveis possuem um custo comparável ao dos processos tradicionais baseados em combustíveis fósseis.
A produção de amônia a partir de hidrogênio verde tem se mostrado altamente competitiva em comparação com os métodos tradicionais que utilizam combustíveis fósseis no Brasil, conforme um estudo da consultoria CELA (Clean Energy Latin America). Essa consultoria é especializada em assessoria financeira e consultoria estratégica para empresas e investidores do setor de energia renovável na América Latina.
A amônia verde é fabricada utilizando fontes de energia renováveis, como a eólica ou solar, em substituição aos combustíveis fósseis. Tradicionalmente, a produção de amônia envolve a síntese de nitrogênio e hidrogênio, sendo este último geralmente obtido a partir de gás natural, o que resulta em emissões significativas de CO2.
No caso da amônia verde, o hidrogênio é produzido por meio da eletrólise da água, utilizando eletricidade proveniente de fontes renováveis. Esse processo permite a produção de amônia sem emissões de carbono, o que é fundamental para a transição para uma economia de baixo carbono, especialmente em setores como o agrícola, onde a amônia é um componente essencial para fertilizantes.
De acordo com o índice de custo de produção de hidrogênio verde (LCOH) e de amônia verde (LCOA) da CELA, o custo de produção no Brasil varia entre US$ 539 e US$ 1.103 por tonelada, enquanto a produção a partir de hidrogênio cinza, obtido de combustíveis fósseis, custa entre US$ 361 e US$ 1.300 por tonelada.
O índice da CELA foi desenvolvido com base na modelagem proprietária da empresa e na experiência adquirida em vários projetos de hidrogênio verde no Brasil. O custo da produção leva em conta as características únicas do país nos âmbitos regulatório, legal, tributário, recursos renováveis e logística.
A ferramenta da CELA ainda demonstra que é possível produzir hidrogênio verde no Brasil com um custo nivelado entre US$ 2,83/kg e US$ 6,16/kg em determinadas localidades estratégicas.
Marco legal do hidrogênio de baixo carbono
Em agosto, foi sancionada a Lei nº 14.948/2024, que estabelece o marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono no Brasil. Esta legislação, elaborada pelo Congresso Nacional, regulamenta a produção de hidrogênio no país e institui uma certificação voluntária, além de incluir incentivos tributários ao setor.
Segundo o marco legal, o hidrogênio é considerado de baixa emissão de carbono quando o ciclo de vida do processo produtivo resulta em emissões iguais ou inferiores a 7 quilos de dióxido de carbono equivalente por quilograma de hidrogênio produzido (7 kgCO2eq/kgH2).
A lei também define como combustível renovável aquele obtido por processos produtivos alimentados por fontes como energia solar, eólica, hidráulica, biomassa, biogás, biometano, gases de aterro, geotérmica, das marés ou oceânica. O hidrogênio verde, por sua vez, é especificamente aquele obtido através da eletrólise utilizando fontes renováveis.
As empresas produtoras de hidrogênio de baixo carbono podem se beneficiar de incentivos tributários previstos na Lei 11.488, de 2007, que institui o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi).
Entre os benefícios, estão a suspensão do PIS, Cofins, PIS-Importação e Cofins-Importação na compra ou importação de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos novos, bem como de materiais de construção destinados a projetos de hidrogênio. O benefício também pode ser aplicado a bens alugados e será válido por cinco anos a partir da habilitação no Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (Rehidro), criado pela nova legislação.
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