Planejamento Inteligente: Dicas para Economizar em Obras sem Perder Qualidade

Arquitetura em Americana, SP

Planejamento Inteligente: Dicas para Economizar em Obras sem Perder Qualidade

Publicado em: 11/09/2024 às 04:03   Por Loom Arquitetura

Planejamento Inteligente: Dicas para Economizar em Obras sem Perder Qualidade



Uma pergunta muito comum quando uma pessoa está pensando em construir é, “quanto mais ou menos custa o m² de uma obra?”.

Essa pergunta é muito relativa e sem fundamento, pois o custo do m² de uma construção varia muito devido a diversos fatores.

Eu sempre digo que, a obra começa no projeto e projeto é planejamento, então imagino que, economizar em projetos (deixando de fazer alguns projetos) é um equívoco, pois tudo que é planejado tem maior percentual de assertividade e, como tudo custa muito quando se trata de uma construção, acertar não é uma opção, é obrigação.
 

O que as pessoas precisam saber, antes de qualquer coisa, é que um bom projeto, que detalha todos os itens de arquitetura, engenharia e acabamentos, custa em torno de 5% do custo total de uma construção, então não é nessa etapa que devem economizar, muito pelo contrário, devem investir nessa etapa, para que os próximos 95% sejam devidamente executados, sem custos desnecessários com retrabalhos ou por superdimensionamentos, por falta de projetos.
 

Ainda falando em projetos, o briefing inicial, que nada mais é do que um questionário onde o cliente fornece informações sobre rotina e preferências estéticas, é o ponto partida para que o projeto seja mais assertivo, pois nele, além do cliente fornecer informações sobre estilos arquitetônicos, ambientes, cores, também fornece o planejamento financeiro, para que nós possamos desenvolver um projeto contendo todos (ou o máximo possível) de itens, dentro daquilo que tem disponível de recursos, próprios e/ou recursos financeiros.
 

Voltando a falar em custos por metro quadrado, devemos levar em consideração que esse valor é um valor médio, levando em consideração todos os ambientes e seus acabamentos. Temos um fator que é muito utilizado que se chama CUB (custo unitário básico), porém é necessário cuidado ao calcular o custo do imóvel através dele, pois embora ele seja um custo médio e baseado em dados reais, simplesmente não considera pavimentações externas (áreas de pisos em circulações externas e quintal), fechamentos do terreno (muros), piscinas e alguns outros itens que geram custos consideráveis, já que, esse fator é um cálculo de m² e, esses itens mencionados, que não são calculados, são em áreas descobertas, ou seja, não são somam em áreas construídas. Além disso, ainda tem o fato de que, na média, uma residência possuí sala, sala de jantar, cozinha, área de serviços, três dormitórios, um closet e dois banheiros, mas temos que considerar que, o custo do m² de um banheiro pode custar algo em torno de 7 mil reais o m², cozinha em torno de 5 mil reais o m², enquanto um dormitório não chega aos mil reais o m², sendo assim, uma casa de 200 m² com cinco dormitórios, sala, sala de jantar e cozinha, dois banheiros e área de serviços terá um custo médio abaixo de uma casa com os mesmos 200 m² contendo três dormitórios, sendo os três suítes, banheiro social, sala, sala de jantar, cozinha, área de serviços e uma área gourmet... a complexidade do custo não está na metragem e sim no que será executado dentro dessa metragem.
 

A partir daí, nós, como profissionais da área e conhecedores desses detalhes, atuamos de maneira ativa em orientar os clientes a considerarem algumas situações que podem fazer com que o custo efetivo da sua construção seja maior ou menor.

Hoje as tecnologias e soluções construtivas estão bastante evoluídas, sendo assim, é possível termos uma churrasqueira dentro da cozinha sem ter retorno de fumaça e permitindo que a mesma tenha uma tampa com vedação, para que o cheiro da mesma não propague pela residência, gerando uma economia de duas bancadas de marmoraria, tubulações hidráulicas, redes elétricas, forros, iluminações, pra falar apenas da fase de obra, sem contar com móveis planejados e mobílias. Outra economia que é bastante relevante é na quantidade de banheiros, em alguns casos, uma demi suíte para dormitórios de filhos e um banheiro na suíte master supre bem a necessidade, diminuindo um banheiro da construção, lembrando que o banheiro, embora não tenha metragem grande, tem custo muito elevado, pois envolve marmoraria, revestimentos de paredes, louças, metais, esquadrias, considerando banheiros comuns, sem levar em consideração banheiras e demais itens que poderiam elevar ainda mais o custo desse tipo de ambiente.
 

Já em outros ambientes, a simples integração de sala, sala de jantares e cozinha, geram economia de no mínimo duas paredes (que dividiriam esses três ambientes), duas portas com batentes e guarnições, rodapés e etc, além de proporcionar integração social, que não é assunto para um próximo blog.
 

Em dormitórios, algumas alternativas podem gerar um custo maior em etapa de obra, porém, redução no custo efetivo do imóvel, por exemplo, ao construir um ambiente de closet, esse ambiente por si só já é um armário, sendo assim, os planejados não necessitam de portas, que são um dos itens mais caros dos planejados pois contém trilhos, roldanas e etc., porém esse é dos itens que mais existem resistência, pois as pessoas insistem que armários precisam ter portas. Se formos olhar para a origem do ambiente closet (que em tradução livre é armário), nos Estados Unidos, assistindo programas de televisão, esses ambientes tem sua porta para fechamento e internamente possuem apenas cabides, gavetas e nichos, é como se a pessoa entrasse dentro de um guarda roupa convencional. Mas, como aqui ainda não é bem aceito, a sugestão é, pra fazer planejados com portas, que o mesmo seja dentro do dormitório, pois economiza em metragem total e em pelo menos uma parede e uma porta de acesso.
 

Pensando no projeto já definido, com todos os seus ambientes, uma ótima dica é economizar em pisos, não digo comprar pisos cerâmicos ou pisos de baixa qualidade, mas sim em peças de qualidade, com especificações de resistência indicadas para a sua utilização, porém de marcas de entrada, uma vez que a linha de visão dos olhos está sempre nas paredes e, em todos os ambientes, terão móveis planejados, mobílias, tapetes e esses itens ocultarão boa parte dos pisos, sendo assim, vale economizar nos pisos e gastar um pouco mais nos revestimentos, até porque, em uma casa que possuí cerca de 250m² de pisos, se tem algo em torno de 50m² de revestimentos.
 

A dica para a mão de obra é nunca contratar profissionais individuais, embora isso dê uma falsa impressão de que o custo final será menor, você corre um sério risco de ter o dobro do custo final, além do prazo se estender mais do que planeja, sem contar o estresse que provavelmente irá passar durante toda troca de prestador.
 

Só pra exemplificar, uma equipe de construtor, os famosos empreiteiros, vão te dar um custo fechado para executar aqueles projetos já definidos, sendo assim, não existe a possibilidade de, quando o pedreiro finalizar a etapa dele e entrar o eletricista, o mesmo dizer que não consegue manter o orçamento inicial porque as paredes não estão de acordo com o que ele gostaria, ou então o gesseiro ou pintor... como esses profissionais são todos de uma mesma equipe, essas reclamações serão internas, quem absorverá e terá que lhe dar com elas é o mestre de obras responsável pela empreiteira e não o proprietário da obra. As trocas de prestadores são automáticas, não acontecerá de você acionar o eletricista e ele dizer que está finalizando um outro serviço e que conseguirá iniciar o seu serviço em alguns dias e posteriormente quando entrar outro prestador e outro e outro, pensando no cronograma de execução da construção como um todo.
 

Por fim, uma dica muito importante e que a maioria das pessoas não seguem, é contratar uma equipe para gerenciar a sua obra, pois a pessoa que está construindo normalmente trabalha e tem as suas responsabilidades do dia a dia, sendo assim, não é possível manter o bom andamento da obra sem estar com o tempo todo dedicado a ela.


 

A equipe de obra tende a pedir materiais em cima da hora e, caso acabe o material, simplesmente vai embora, furando cronograma. Os materiais tem variação que chegam a mais de 30%, sendo assim, necessitam de três orçamentos no mínimo. Itens de acabamentos, como marmoraria, pisos, revestimentos e esquadrias, necessitam de conhecimento técnico para comparações e ajustes antes de se chegar no melhor custo efetivo, pois cada fornecedor (mesmo com projetos em mãos), vai tentar adequar algo para reduzir custos e ganhar o orçamento. Nas fases finais, alguém vai ter que acompanhar medições e até mesmo entregas de materiais de acabamentos (louças, metais, lustres, etc). Sendo assim, eu diria que essa contratação não é um custo, é um investimento, pois o proprietário continua investindo o seu tempo no seu serviço, que é seu gerador de renda e deixa para que o profissional, da área, cuide daquilo que ele não vai ser capaz de cuidar (por falta de tempo e de conhecimento técnico) e absorva também os problemas (que vão existir, por mais projetos e mais detalhados que eles sejam).


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